sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Entrelinhas.

Amo-te como posso.
Amo-te o suficiente.
Nem sou por ti fanático, nem ignoro teus ideais.
Faço de mim que for preciso para deixar-te feliz.
Não me excedo de vontade, nem te quero demasiadamente pouco.
Crio para ti; explanações em palavras incoerentes, em poemas incandescentes, e inocências descrentes.
Não enxergo-te entre céus e estrelas, mas agrego-me em tua presença, e sinto que já me basta.
Se precipitada és de um julgamento banal, apareço e te sustento em argumento.
Posso atrasar-me, mas o faço por querer.
E por querer aumento o tempo, entre os tempos de te ter.
Sonoro, me torno por ti, para que escutando, te lembres pra sempre, do amor que ofereço em presente.
Pois amo-te como posso.
Amo-te o suficiente...

Amém.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

100.

Bom, aqui me encontro, sentado nesta cadeira, de frente a esta telinha de elétrons, pensando no que escrever pela centésima vez..
Este espaço, este blogue, este site, além de um bom arquivo de pensamentos, é um "auto-aprendizado".
Quando tenho dúvidas a respeito de mim mesmo, volto e releio minhas postagens, assim, me reencontrando em atitudes e palavras.
Aqui, me passei por vilão; moçinho, hipócrita, filósofo, professor, ditador e resistor. Aqui; questionei verdades, citei verdades, enlouqueci, poetizei, critiquei, questionei, esperneei, emburrei, a ponto de levantar da cadeira e dizer:


"Mas que puta clichê!"


Pois fui clichê! Fui cínico e clichê!
Fui meu maior algoz, e me puni da melhor forma possível. (ou não)
Aqui, vivi.
Paralelo a realidade do mundo "lá fora", fui o que quis e o que não quis. Mas evoluí, e pretendo continuar esta metamorfose mental durante toda a minha vida. Anotando aqui, todas as modificações ocorrentes. Mesmo que só me sirva de arquivo pessoal.
E pretendo ser mais, atuar menos, e quem sabe, eternizar meus pensamentos em "Memória de peixe"...

(Que assim seja.)
Amém.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A única revolução verdadeira.

"Amor é quando alguém te magoa, e muito magoado você não grita, porque sabe que isso fere os sentimentos dela."

"Quando minha avó pegou reumatismo ela não podia se debruçar para pintar as unhas do pés... desde então é meu avo quem pinta pra ela, mesmo ele tento artrite."

"Amor é quando uma menina coloca perfume e o garoto põe loção de barba do pai e eles saem juntos e se cheiram."

"Quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é diferente."

"Amor é quando você oferece suas batatinhas fritas sem esperar que a pessoa te ofereça as batatinhas dela."

"Amor é quando você fala pra alguém alguma coisa ruim sobre você e sente medo que essa pessoa não ame mais você por causa disso, ai você descobre que ela continua te amando e até te ama mais ainda."

"Durante minha apresentação de piano vi meu pai na platéia me acenando e sorrindo, e era a única pessoa de quem eu não sentia medo."

"Amor é você falar pra um menino: que camisa linda você ta usando. Dai ele passa a usar a camisa todo dia."

"Quando você tem amor por alguém seus olhos sobem e descem e pequenas estrelas saem de você."

"Você sabe o que é amor quando o seu cachorro lambe a sua cara depois de você ter deixado ele sozinho o dia inteiro."


"Amor é quando mamãe vê o papai suado e mal cheiroso e ainda fala que ele é mais bonito que o Robert Redford"
"Amor é o que está com a gente no natal, quando você pára de abrir os presentes e o escuta"

"Jesus podia ter dito palavras mágicas para os pregos caírem do crucifixo, mas ele não disse... Isso é amor."


***


O amor no seu caráter filosófico é tratado de forma rude, seca.

O amor segundo Platão, Dante, Freud, ou qualquer um desses vagabundos nerds que não pegavam ninguém...

Besteira!

Descobri nas crianças, as melhores definições de amor possíveis. Afinal, este é o tipo de sentimento que se algum dia, existir uma resposta concreta e absoluta, os problemas de guerra, miséria, desigualdade social, entre outros, seriam reduzidos ao inexistente.

Penso que cada um deveria ter sim a sua definição de amor. Como uma forma pessoal de dizer o que acha que é, ou dizer que não sabe o que é, ou dizer que amor não deve ser definido, mas DIZER alguma coisa! A humanidade precisa das pessoas pensando nisto.

Acho que a culpa disso tudo é a televisão.
Ela me faz pensar, nos "por quê's" de tanta crueldade saca?
E não estou aqui para ser um idiota moralista, e dizer que sou melhor do que um ou outro, afinal, eu sou de carne e osso, e também não entendo tanto ódio, que por vezes, me corrói.
Sinto ódio por pessoas, por acontecimentos, por mim mesmo. E tenho medo. Tenho medo de mim, e das atitudes que penso em tomar, das atitudes que quase tomei.. Então percebo que há muito mais dos meus pais em mim, do que eu imaginava. Sheakspeare estava certo o tempo todo, e eu não enxerguei, ou não quis enxergar.
Mas quando digo que a simples ação de pensar no amor melhora as pessoas, é por que só existe uma revolução. Apenas uma revolução faz sentido. Uma válvula de escape que te muda, muda o teu próximo, e muda o mundo inteiro!

O amor é a única revolução verdadeira.
A única revolução verdadeira é o amor.

(Por alguns instantes, eu ignorei Camões.)
Amém.