terça-feira, 6 de abril de 2010

Memórias de um bêbado


Levantei da mesa já sem saber o horário, pendurei a conta e fui embora.

Me senti estranho, um Jonny Walker nunca me fez tão mal. Minha cabeça estava leve e pesada ao mesmo tempo, imaginei que fosse a consciência. Tentei amarrar os sapatos, mas desisti ao perceber que minha coordenação já não era a mesma. Me achei engraçado naquele instante. Andava pela rua procurando, em vão, precisão absoluta em cada passo.

Estava me sentindo meio estranho, eu conhecia bem a sensação que o álcool proporciona, mas era como se alguma coisa me faltasse...

"Ora, seu tolo! É sempre este sentimento de falta que te faz embriagar!"

Parei de andar, esqueci onde estacionei o carro.
Sentei em uma calçada qualquer.
Percebi que além de tudo, ainda exalava odor de nicotina, me deu vontade de fumar e lutei contra os movimentos dos braços para acender outro cigarro.

Fiquei a sós com a minha anestesia, meu careta, e meus pensamentos.
A anestesia e o careta era até bem vindos.. Minha mente é que fodia com tudo. Era um misto de felicidade artificial com angústia real.

Fechei os olhes e tentei dormir, mas o mundo parecia rodar. Por um instante, me arrependi de ingerir tanto álcool em um tempo tão curto, mas pensei que depois não faria diferença, logo eu ignoraria toda essa merda mesmo...

Adormeci.

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