sexta-feira, 23 de abril de 2010

No sense.²

Não esquenta, eu sou apenas um detalhe.
Como as bordas humildes dos cantos de um convite, sou apenas um detalhe.
Sei que coisas singelas não te agradam, ou pelo menos, não tanto quanto antes.
Antes de enrijecer tanto, rápida e intensamente.
Me pego assimilando o mundo real com a ilusão, e me pergunto; quando eu não percebi que a fantasia já não te atraía como antigamente? Em um passado não tão distante, onde tudo podia ser transformado em utopia. Um passado concebido de uma linha de tempo paralela, onde TUDO era possível, e as mutações fluíam das mais perfeitas curvas do imaginário. Uma liberdade incondicionalmente límpida, onde o raciocínio exercia o pleno direito de escolha, e a confusão era tão normal quanto à mentira que te cerca hoje.
Depois, imaginando ódio, dando lugar a diversão.
Medo se transformando em compaixão.
Luz se transformando em escuridão. Só para descansar, para descansar melhor. Detesto dormir no claro.
Mas isso já  não importa mais, porque hoje, eu sou apenas um detalhe.


Amém.

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